Destinação do lixo é um dos principais problemas ambientais da atualidade
A economia circular deve estar presente em todas as etapas da cadeia, desde o seu design até o descarte. Estima-se que o Brasil perca mais de R$ 8 bilhões por ano em materiais que vão para aterros e lixões ao invés de serem reciclados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Esse é um cenário que pode ser mudado com a adoção da economia circular.
Se a destinação do lixo é um dos principais problemas ambientais da atualidade, as empresas que geram resíduos precisam fazer sua parte. “O conceito de logística reversa está ligado a uma visão de cadeia de valor que une empresa, comunidade e agentes de reciclagem”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
A logística reversa (LR) e a implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos são instrumentos previstos pela Lei Federal 12.305/2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). No Brasil, embora haja materiais com alto índice de reciclabilidade, o brasileiro não contribui para sua recuperação efetiva. Somente 56,8% das embalagens plásticas são reaproveitadas, segundo dados do CEMPRE Review 2019.
“Além disso, somente 17% da população tem acesso a programas municipais de coleta seletiva. Dos materiais coletados e que poderiam ser reciclados, apenas 5,4% são efetivamente recuperados. (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento e Compromisso Empresarial para Reciclagem. Pesquisa Ciclosoft 2018)”, relata. Vininha F. Carvalho.
Separar as embalagens é fundamental para que tenham o destino correto. A devida separação facilita o trabalho das empresas recicladoras, uma vez que não existe uma mistura de materiais químicos dos elementos que compõem as embalagens.
A indústria de embalagem tem grande interesse econômico na reciclagem e procura adquirir tudo o que consegue encontrar, pois produzir a partir de material reciclado é, na maioria das vezes, bem melhor e mais lucrativo do que produzir a partir da matéria prima virgem. A produção de papel produzido com aparas e material recolhido do lixo de escritórios e residências oriundos da reciclagem demonstra que o custo de produção de uma tonelada de produto acabado cai pela metade em relação ao fabricado com celulose virgem originária das florestas plantadas. Como o alumínio pode ser reciclado sem nenhuma perda de qualidade, as latas de alumínio são o produto ideal para uma reciclagem de ciclo fechado.
O Acordo Setorial de Logística Reversa de Eletroeletrônicos foi assinado no dia 31 de outubro por entidades representativas do setor e pelo Ministério do Meio Ambiente.
A assinatura do acordo, aguardado desde 2010, representa um avanço importante da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabeleceu a obrigatoriedade da Logística Reversa para produtos eletroeletrônicos e a participação de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos referidos produtos, e do Programa Lixão Zero, lançado em 30 de abril deste ano, no âmbito da Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana.
O acordo setorial prevê duas fases, sendo a primeira dedicada à estruturação do sistema e a segunda relacionada à sua implementação e operacionalização, com metas anuais e crescentes, prazos e ações concretas, chegando a 17% no quinto ano.
“A reciclagem promove um enorme ganho ambiental e social. Ela é fonte de trabalho e renda para muitos brasileiros que, com esta atividade, conseguem ganhar seu sustento e empreender no caminho de volta a sociedade da qual a maioria deles já se sente excluído”, conclui Vininha F. Carvalho.
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